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O BAPTISMO BÍBLICO

Sendo uma das ordenanças do Senhor, o baptismo nas águas é o meio através do qual o novo crente passa a fazer parte da igreja invisivel. Vemos, em mateus 3.16, que o batismo é por imersão, a exemplo de Jesus que ao ser baptizado, “saiu logo da água”.

É de tão fundamental a passagem pelo batismo por imersão, a ponto de ser praticado por joão batista (Mt 3.5-12), ordenado por Jesus (Mt 28.19;Mc 16.15), levado a efeito por Paulo (At 19.4) e tido como necessário a manifestação da vida Cristã (At. 2.38).

Este ato, que segue-se à decisão de servir a Cristo trata-se de uma confissão pública de fé, por onde o pecador, arrependido mostra ter aceitado plenamente as verdades contidas na palavra de Deus. É com essa disposição que ele reconhece ser Jesus o Senhor de sua vida, mesmo diante das propostas mundanas que o cercam.  
  

O EXEMPLO DE JESUS


Mateus 3.13-17 mostra-mos que Jesus foi baptizado por João Batista, para que se cumprisse toda a justiça (Mt 3.15). Ao passar pelo baptismo, Ele estava consagrando-se publicamente a Deus e cumprindo toda a justiça do Pai.


O BATISMO NA GRANDE COMISSÃO


“Portanto, ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Nessa ocasião, era demonstrada publicamente a fé de cada crente diante da comunidade cristã, ao entrar nas águas baptismais, em nome da trindade.

“Portanto ide, ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do pai do filho e do Espirito Santo” (Mt 28.19)

Jesus proferiu essas palavras a todos seus seguidores, de todos os tempos. Essa declaração mostra-nos a responsabilidade e a outorga da tarefa dada a igreja.

O ARREPENDIMENTO PRECEDE O BATISMO


A fé e o arrependimento são condições indispensáveis para o batismo. Jesus expressou: “ Quem crê e for baptizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.16). Esse acto é a resposta positiva do crente ao que cristo fez por ele. Para ser válido, deve ser precedido de verdadeiro arrependimento.

HA UM SÓ BAPTISMO


A ordenança do baptismo bíblico por imersão deve ocorrer uma só vez na vida, isto se este tiver sido realizado correctamente, tendo-se observado as prescrições expressas por Ele em Mateus 28.19-20, ou seja em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo, precedido de de arrependimento. O apóstolo Paulo declara que há “Um só Senhor, uma só fé, um só baptismo.” (Ef 4.5).



BAPTISMO PRODUZ ALEGRIA


Após ler a palavra e ser orientado por Filipe, o Eunuco etiópe disse: “ Eis aqui água; o que impede que eu seja baptizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo coração. E respondendo ele disse: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus. E mandou parar o carro e desceram ambos à água, tanto filipe como o eunuco e o baptizou” (At 8.36-38).

No caso do eunuco, após ser baptizado, o texto sagrado diz que “Jubiloso continuou o seu caminho.” (At 8.39).


BAPTISMO É COMPROMISSO DE VIRAR AS COSTAS AO MUNDO


O batismo em águas abrange o compromisso vitalicio de se virar as costas ao mundo e a todas as suas concupiscências (Rm 6.6,11-13), compromentendo-se ao estilo de uma nova vida espiritual, onde são demonstrados padroes divinos de justiça (Cl 2.1-17).

Saulo foi convertido e salvo na estrada de Damasco (At 9.5). Seu batismo foi seu testemunho público do perdão recebido, do seu compromisso em abandonar todo o sistema de vida sob o qual ele vivia, e identificar-se com com a causa de Cristo.


BAPTISMO É COMPROMISSO DE RENUNCIAR A PRÓPRIA NATUREZA PECAMINOSA


Os que passaram a crer na Bíblia, observam os mandamentos de Cristo, e estiverem prontos a segui-lo de todo o coração, mente e vontade (Jo 8.31), rompendo com presente sistema mundano, diabólico, deverão ser batizados em águas. Esse acto representa o compromisso que assumiram de renúncia á sua própria natureza pecaminosa, consagrando-se sem reservas a Cristo e aos propósitos do Seu Reino.

     Ao passar pelas águas batismais, o cristão dá testemunho exterior do recebimento de Cristo como Senhor e Salvador, e da remoção de todos os pecados (At 2.38), por isso, espera-se desse novo crente um novo andar ouvir, novo sentir, onde nada do passado irá ditar normas para sua vida que tem como novo dono, Cristo (2Co 5.17).


 BAPTISMO DEMONSTRA UNIÃO COM CRISTO


João descreve a grandeza união em seu evangelho, capitulo 15, esclarecendo que, uma vez tornando-nos filhos de Deus, passamos a receber uma vida espiritual que é transmitida única e exclusivamente por Jesus, não se concebendo mais, a partir de então, a ideia de uma vida próspera alheia ao Senhor Jesus.

         O Senhor Jesus é a fonte originária de toda a vida, e nEle se concentra a comunhão divina. Passamos a crescer e nos desenvolver espiritualmente, mediante essa vida espiritual que expressamos por estamos vitalmente ligados no Senhor. Esse crescimento e a frutificação somente são possíveis mediante essa comunhão. (Que não sejamos levados por todo vento de doutrina. (Ef 4.14)


RESPONSABLIDADE DO NOVO MEMBRO DA IGREJA


 Contribuir com os dízimos e ofertas. O povo de Deus, ao longo da historia, sempre teve a obrigação de entregar a décima parte de todas as suas crias, bem como de quaisquer outras rendas como forma de reconhecimento e gratidão pelas bênçãos alcançadas do Todo-poderoso (Lv 27.30-32).

       Reconhecer o Senhorio Deus sobre tudo e todos é algo que compete somente aquele que assim O recebe, de facto (Sl 24.1), tornando cada um devedor a Ele por todas as provisões. Essa dívida inclui o bem da vida, o ar que respiramos, o fruto com que nos nutrimos, a água que bebemos, e até mesmo Suas misericórdias, que são a causa de não sermos consumidos (Lm 3.22). O profeta Malaquias afirma no capítulo 3. Versículo 10 a 12, que o povo precisa estar arrependido e demonstrar isso mediante o compromisso de sustentar a obra de Deus com os dízimos e ofertas, para que o senhor abençoe. De forma abundante, o Seu povo.

          Participar de uma igreja local. O escritor aos Hebreus adverte-nos a não deixarmos “a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto quando vedes que se vai aproximando aquele Dia.” (Hb 10.25).

         Tornar-se participante ativo na casa de Deus é um grande sinal de nossa comunhão com o Senhor e como os demais cristãos que ali congregam, diante das constantes leituras e meditações na palavra e oração. O fato de sermos nutridos com as experiencias das reuniões onde há manifestação divina, constitui-se num acto de fortalecimento e crescimento na fé, tornando-a estável e firme, para que não sejamos levados por todo vento de doutrina (Ef 4.14).             

CONCLUSÃO


Ao fazer uma análise da ordenança do baptismo em águas, defende-se que a vida cristã envolve compromissos e responsabilidades.

O exemplo deixado pelo Senhor é para ser levado a efeito por sua Igreja militante. Uma vida espiritual vitoriosa deverá seguir as regras do santo Evangelho, de onde vem a promessa de bençãos para esse tempo presente e para o porvir.

Pr. Joel Holder-Presidente da Assembleia de Deus em Porto velho (RO) e membro do conselho fiscal da FAETAD.
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A PÁSCOA

Ex. 12:11 – Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; este é a Páscoa do Senhor."


CONTEXTO HISTÓRICO - Desde que Israel partiu do Egipto em cerca de 1445 A.C, o povo Hebreu (posteriormente chamado “Judeus”) celebra a pascoa todos os anos, na primavera em data aproximada a Sexta-Feira Santa.


Depois de as descendentes de Abraão Isaque e Jacó passarem mais de 400 anos de servidão no Egipto, Deus decidiu liberta-los da escravidão. Suscitou Moisés como o líder do Êxodo (3-4). Em obediência ao chamado de Deus Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina “Deixa ir o meu Povo”. Para conscientisar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egipto. No decorrer de várias dessas pragas, faraó concordava em deixar o povo ir, mas a seguir, voltava atrás uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egipto para eliminar “todo primogénito… desde os homens até aos animais” (12.12)


Visto que os israelitas também habitavam no Egipto, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; A obediência a essa ordem traria a protecção divina a cada família dos Hebreus, com os seus respectivos primogénitos.


Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrifica-lo ao entardecer do dia 14 do mês de Abib; Famílias menores podiam repartir um cordeiro entre si (12.4). Partes do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam espargir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre ela (Daí o termo Pascoa do hebreu Pesah, que significa “Pular além da marca”, “Passar por cima”, ou “poupar”). Assim, pelo sangue do cordeiro morto os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos primogénitos egípcios. Deus o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue preparando para o advento do “Cordeiro de Deus,” que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo. 1.29).


Naquela noite especifica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar (12.11). A ordem recebida era assar o cordeiro e não ferve-lo, e preparar ervas amargas e preparar pães sem fermento ao anoitecer, portanto, estariam prontos para refeição ordenada e para partir apressadamente momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o senhor dissera (12.29-36).


A Páscoa na História Israelita


A partir daquele momento da história, o povo de Deus iam celebrar a Páscoa, toda a primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celebração seria “estatuto perpétuo” (12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo excepto o sacrifício inicial no Egipto que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção do templo, em cada Páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam todo o fermento de suas casas e comiam ervas amargas. Mais importante: Recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o êxodo milagroso na terra do Egipto e sua libertação na escravidão ao faraó. Assim de geração em geração o povo hebreu relembrava a redenção divina e o seu Livramento do Egipto. Uma vez construído o templo Deus ordenou que a celebração da pascoa e o sacrifício ao cordeiro fossem realizadas em Jerusalém (Deut. 1.1-6). O Antigo Testamento regista varias ocasiões em que uma Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa. (I Cr. 30.1-20; 35.1-19; II Rs 23.21-33; Ed 6.19.22). 


Nos tempos do Novo Testamento, os Judeus observação a Páscoa da mesma maneira. O único incidente na vida de Jesus como menino, que a bíblia regista foi quando os seus país o levaram a Jerusalém aos 12 anos de idade, para celebração da Páscoa. (Lc 2.41-50). Posteriormente Jesus ia cada ano a Jerusalém para participar da pascoa (Jo 2.13). A ultima ceia de que Jesus participou com os seus discípulos em Jerusalém, pouco ante da cruz foi uma reflexão da Páscoa (Mt 26.1,2,17-29). O próprio Jesus foi crucificado na Páscoa, como o cordeiro Pascoal (ICo 5.7), que liberta do pecado e da morte todos aqueles que nele crêem.


Os Judeus hoje continuam celebrando a Páscoa embora seu modo de celebrá-la tenha mudado um pouco. Posto que já não há em Jerusalém um templo para se sacrificar o cordeiro em obediência a Dt. 16.1-6, a festa judaica contemporânea (Chamada Seder) não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as famílias ainda se reúnem para a solenidade. Retiram-se cerimonialmente da casa judaicas, e o pai da família narra toda história do êxodo.


A Pascoa e Jesus Cristo


Para os cristãos a Páscoa contem rico simbolismo profético a falar de Jesus Cristo. O NT ensina explicitamente que as festas judaicas “São sombras das coisas futuras” (Cl 2.16-17; Hb 10.1), isto é a redenção pelo sangue de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em êxodo 12 que nos fazem lembrar do nosso salvador e do seu propósito para connosco.


1. O âmago do evento da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egipto, não porque eles eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto (Dt. 7.7-10). Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5).


2. O propósito do sangue aplicado às vergas da porta. Eram salvar da morte o filho primogénito de cada família; esse facto prenuncia o derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar da morte e da ira de Deus contra o pecado (12.13,23,27;Hb 9 - 22).


3. O cordeiro pascoal era um “sacrifício” (12.27) a servir de substituto do primogénito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituição a morte do crente (Rm 3.25). Paulo Expressamente chama Cristo nosso cordeiro da pascoa, que foi sacrificado por nós. (I Co 5.7)


4. O cordeiro macho separado para a morte tinha de ser “sem mácula” (12.5); esse facto prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito Filho de Deus. (Jo 8.46;Hb415).



5. Alimentar-se do cordeiro representava a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, “em memória” Dele. (I Co 11.24)


6. A aspersão do sangue nas vergas nas portas era efectuada com fé obediente (12.28; Hb11.28); essa obediência pela fé resultou então, em redenção mediante o sangue. (12.7,13). A salvação mediante o sangue de Cristo se obtém somente através da “obediência da fé”( Rm 1,5; 16.26)


7. O cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães asmos (12.8). Uma vez que na bíblia o fermento normalmente simboliza o pecado e a corrupção. (13.7; Mt 16,6; Mc 8.15). Estes pães amos representavam a separação entre os israelitas remido e o Egipto, isto é o mundo e o pecado (12.15). Semelhantemente o povo remido por Deus é chamado para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus. 

FonteBíblia de Estudo Pentecostal
Por João Ferreira de Almeida – RC.
Edição 1995 - CPAD